
Hoje tive de pegar em mim e sendo um dia em que tinha vontade nenhuma de reagir, recitei! Deixei vaguear inúmeras vezes entre conversas bem faladas e às vezes nem tanto, sobre o meu desejo lírico de actuar, mas não fingindo cada palavra.
A manhã normal, as horas de sempre! Eis que chega a minha hora. Tinha um cenário montado: um quadro, um professor e uma plateia. Começo,tremendo cada palavra q dizía, e prosseguía. Abro na página 68 e avanço com a voz bem colocada. A certa altura a plateia desapareceu-me deixando apenas o revisor que parou, e atentou-se ao que presenciava. Já na página 69 não consegui esconder que acabara de estar em perante situação. Se eu pudesse ler aqui e agora cada palavra... A página 70! Deixei-me voltar a mim...só mais uma vez e chorei cada palavra daquela passagem que parecía inútil ao princípio. A plateia reagiu ao ver que tinha um centro que chorava ao recitar vidas e momentos.
Tive o meu teatro!